O Gato da Alice no País das Borboletas

 

No famoso conto de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas, a menina pergunta ao gato:

… – “Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?”
– “Isso depende bastante de onde você quer chegar”, disse o Gato.
– “O lugar não importa muito…”, disse Alice.
– “Então, não importa o caminho que você vai tomar”, disse o Gato. …

-“Nesta direção, mora um Chapeleiro. E nesta outra direção, mora uma Lebre”

“- Visite quem você quiser; ambos são loucos.”
“- Mas eu não ando com loucos”, observou Alice.
“- Oh, você não tem como evitar”, disse o Gato.
 “- somos todos loucos por aqui.  – Eu sou louco. Você é louca.”
“- Como é que sabe que eu sou louca?”, disse Alice.
“-Você deve ser”, disse o Gato, “senão não teria vindo pra cá.”…

 Mesmo nós, espiritualistas, que acreditamos na continuidade da vida, não sabemos ao certo para onde iremos. São bem poucos, os que se lembram de onde vieram.

Por outro lado, a maioria acredita e eu me incluo, que precisamos evoluir nos relacionamentos intra e interpessoais, durante a viagem, cumprindo um compromisso social e saudável.

Sendo assim, se não sabemos ao certo onde chegar, mas precisamos nos reconciliar com todos e com as nossas sombras, de fato, pouco importa o caminho. Importa muito mais, a maneira de viajar.

Sábias são as borboletas, que voam pelo mundo, colorindo e aprendendo com a beleza e com os diferentes perfumes, das mais diversas flores.

– Por que então, ficar na mesmice? – Por que o medo de tentar o novo?

– Se enjoar do aroma do jasmim, tento as lavandas, a madressilva ou as rosas… Mas, relacionando-me bem com todas elas… – Agradeço pela aprendizagem e pela experiência adquirida, seja boa ou nem tão boa… E, sigo polinizando…

– Mas, há uma flor que não pode ser esquecida. E dela não posso me separar, jamais. – É a rosa dos meus sentimentos e emoções. A primeira com a qual devo me reconciliar e aprender a sentir seus aromas, texturas, cores e espinhos.

– Conhecer a minha rosa, e cuidar para que ela esteja bem adubada, todos os dias, faz com que o meu jardim fique melhor, para os que passarem por ele.

– Mas, nas minhas relações quero um buque multicor e de diferentes fragrâncias. E reparto as flores que conquisto, com quem acho que as aprecie. Faço o que me faz feliz. Aprendendo o máximo que puder, no multiverso das possibilidades, que este Divino  Jardim da Infância oferece.

– Assim, meu guru é o gato da Alice, e acho que meu país é o das borboletas. Entre as mil flores, multicores do jardim, por que pousar em apenas uma?

Se sou uma eterna e louca aprendiz, escolho aprender com experiências novas à cada dia, refazendo rotas

É como diz o palhaço da canção:

“Faço versos pro palhaço que na vida já foi tudo
Foi soldado, carpinteiro, seresteiro e vagabundo
Sem juízo e sem juízo fez feliz a todo mundo
Mas no fundo não sabia que em seu rosto coloria
Todo encanto do sorriso que seu povo não sorria” …

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