O que é caridade?
– Será que caridade é desculpa para ocupar nosso tempo ocioso? – Tempo, que pode ser usado para se fazer algo pela própria melhoria, mas por termos dificuldade, adiamos e substituímos com a falsa “caridade”. – Isso é auto enganação!
A maior caridade que existe é o “Auto amor”! – Amar a si, primeiro. E só assim, será possível amar ao próximo! – Assim ensina o mandamento: – “Amar ao próximo como a ti mesmo”!
Um caminho para o Auto amor
– Mas, como amar a si mesmo?
– Dando mais importância a si, do que aos outros.
– E isso não é Egoísmo?
– Não. Quando se distrai do próprio foco de vida e passa a dar mais atenção às necessidades dos outros, ou ao que está fora do seu interior, nos distanciamos de nós. E isto se chama desamor. Isto sim, é egoísmo.
Usar nosso tempo sagrado com distrações, ou sobrecarregando-se em atender necessidades alheias, serviços desgastantes, propósitos que estão acima da nossa capacidade, fingir ser o que não é (o bonzinho ou boazinha que não existe), ou obrigar-se a realizar atividades que não gosta ou que estão acima do próprio limite, entre outros casos, são exemplos de desserviço a si e ao próximo, de vaidade ou presunção.
Auto conhecimento, aceitação e perdão de SI
Conhecer as próprias limitações (sombras) e aceitá-las (perdoa-las) é o caminho para o auto amor. Não exigir de si o que ainda não pode dar. E, por outro lado, sair da preguiça e buscar superar-se, indo a cada dia um pouquinho além, sem cobranças demasiadas, sem esticar a corda, mas caminhando sempre para dentro de si, em direção as necessidades mais profundas da alma.
Assim, estaremos indo ao encontro de nossa essência interior. Ela é o amor puro, que nos mostra o verdadeiro querer. E ir ao encontro do nosso verdadeiro querer é auto amor. Desde que ele seja o querer da alma.
Um querer impregnado de exigências sociais, de superficialidades, de excesso de cobranças, ações imediatistas, finalidades puramente sensoriais, não são o verdadeiro querer interior, nem auto amor. São desejos do ego.
Quando estamos no querer da alma, parece que uma força maior passa a nos acompanhar. Nossa vontade fica mais determinada e parecemos não cansar de persegui-lo. Nos sentimos plenos, apaziguados conosco, parecendo estar relaxado e em casa. É o auto amor nos guiando. Deus em nós!
Neste momento de compreensão, estamos abertos para levar um pouco do amor que já temos para o outro. Afinal, como levaremos se não o tivermos?
Caridade, expressão do Auto-amor
Com auto amor e aceitação de nossas limitações, será mais fácil conviver com a diversidade de opiniões e as diferenças pessoais. Teremos maior empatia e compaixão pelo próximo.
Isso é caridade! – Quando livre do interesse pessoal ou da intenção vaidosa de auto – promoção no poder. Ou ainda, sem ser ato compensatório de quem a pratica. A verdadeira caridade de quem tem um pouco, e doa para quem “está, no momento”, com um pouco menos; uma compreensão de igualdade.
No meu entender e no meu estágio atual, o significado de amor que compreendo é aceitar-me mesmo com minhas sombras. Porém, conhecer as próprias limitações não basta! Somente agindo na auto-superação, continuamente, que levaremos luz à própria sombra! E reconheceremos nossos potenciais e capacidades, para superar os próprios limites, sem fantasias.
Penso que, sacrifício é este trabalho de reconhecer e perdoar a SI pelas sombras que nos limitam, com a ação corajosa de auto superação contínua. E, com esta compreensão, sacrificar-se em benefício de alguém.
Sacrifício X Martírio
No entanto, quando o sacrifício de crescimento natural extrapola para o martírio, deixa de ser caridade, por que não há auto amor. O martírio é o excesso de cobranças ou de ilusões criadas a respeito de nosso desempenho ou daqueles com quem convivemos. Ao exigir demais de nós, em busca de um perfeccionismo apressado que ainda não temos condições de gerenciar, nos aprisionamos em máscaras e perdemos o nosso querer de alma.
Nos martirizamos para manter uma aparência. E este teatro, causa distúrbios diversos, como: ansiedade, medos, inseguranças, punições, culpas, cobranças, angustias, depressão, sensação de estar sempre devendo para si mesmo, frustração, doenças autoimunes, entre outras infelicidades, que criamos para nós mesmos. Na maioria das vezes, com raiz na nossa vaidade e orgulho. Pense nisso!
Caridade é a expressão do auto amor!
Ame-se!
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Veja a continuação deste post no próximo texto: A caridade de mãe