2019 chegou!
A esperança se renova como em todo início de Ano…
Mas, o que muda, realmente?
É só mais um ano, como todos os anteriores?
Um pensamento de Sto. Agostinho, diz:
“A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem;
a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão;
e a coragem, a muda-las!”…
…” O que salva o homem não é Deus, é seu mérito!”
Esperança em quem?
Qualquer esperança por algo externo a nós, é ilusão. Esperar que os outros façam…, que o país melhore…, que Deus haja…, ou quaisquer das expectativas esperançadas fora de nós, são mentiras que contamos a nós mesmos. Nos enganamos, para evitar fazer aquilo que deveríamos estar fazendo, mas, que dá trabalho.
Colocar a dificuldade no trabalho ou a culpa fora de nós é comodismo ou desculpa.
Então, neste Novo Ano, tracemos pequenas metas alcançáveis e arregacemos as mangas com coragem, para a conquista de nós mesmos. Mudando em nós, aquilo que já podemos mudar, para “agir” de modo diferente, em direção aos nossos objetivos.
Hospital Esperança
É por isso que, *Esperança*[1] é o nome do hospital espiritual, criado por Eurípides Barsanulfo, nas zonas próximas à crosta terrestre, para socorrer os “Lírios”, ainda encharcados de lama. Os lírios se referem aos trabalhadores espiritualistas e líderes de religiões diversas, que por sua extensa ficha de serviços prestados, “passam a vida mantendo a aparência de iluminação e deixam de cuidar de assuntos essenciais para seu equilíbrio e sua felicidade, nutrindo infundado receio de perderem a autoridade que supõem possuir.”
Seria muito bom, se todo espiritualista, médium ou religioso lesse o livro*[2], “Lírios de Esperança”! Esta obra nos alerta, sobre nossas ilusões da auto iluminação, que imaginamos obter pelo simples fato de trabalhar ou estudar temas espirituais ou religiosos. … Quantos enganos, frustrações e desequilíbrios acontecem após o desencarne, ao defrontar-nos com nossa realidade espiritual.
Transcrevo a seguir, um pequeno trecho do livro, com a intenção de provocar, em cada trabalhador, voluntário, líder religioso ou espiritualista, a reflexão do “por que realizar um trabalho religioso/espiritual?”
“...foram escravos do centro espírita e das práticas espirituais. No centro, adoravam a si mesmos; nas práticas supunham-se padrões a serem copiados… consolidando uma crença individual, arrogante, inquestionável. E, quando tal quadro era acompanhado de algum cargo expressivo perante a comunidade, ampliavam ainda mais, o personalismo, a austeridade em sua forma de conceber… São os novos doutores da Lei, que enchem o cérebro de conhecimento, com o qual pretendem ser autoridades sobre imortalidade… Mais que voluntariado, torna-se urgente o compromisso de elevação persistente e diário em todos os instantes da existência, ultrapassando o campo das doações espontâneas com horas marcadas” (pg.297-298)
QUIZ
Se quiser, reserve um momento[3] para conhecer-se melhor e responda as perguntas abaixo, para avaliar intenções e possíveis transformações:
- “Em quais atitudes este trabalho espiritual me faz melhor, no dia-dia?”
- “Como transformo minhas atitudes, pensamentos e relacionamentos, durante as práticas e fora delas?”
- Aceito minhas mazelas e busco melhora-las? Ou crio máscaras de beatificação e culpo os fatores externos pelos meus fracassos.”
- “Com qual motivação me dirijo às práticas?”
- “Como eu fico, após abraçar colegas (por convenção), mas não me sentir abraçado?
- “Sinto o clima de fraternidade e irmandade ser real? – Ou sinto ser um grande teatro?”
- “Qual minha intenção para trabalhar espiritualmente, neste local?” – “É preciso local específico para evoluir?”
- “Qual o grau de satisfação nos relacionamentos com os colegas de práticas?”
- “É possível amar aqueles que trabalham conosco, apenas por algumas horas, uma vez por semana?” – “Ou apenas ter companheirismo?”
- “Amamos a quem está ao nosso lado, no dia-a-dia?”
- “Sabemos o que é amor sem condições, mesmo quando nos faltam com o respeito?” – “Ao menos, temos tolerância e respeito com as pessoas?”
- “Qual meu estado emocional durante a prática, após ter sido desrespeitado pelos próprios colegas, que se julgam superiores para se intrometerem na vida alheia?”
- “Para qual chakra vão as energias de raiva”?
- “Me encontro em condições de dar passes, quando acabo de ser provocado e estou com raiva?”
- “Sou do tipo que encosta no outro para “ler a aura” e sentir as energias alheias? -“Acho que esta atitude é o mesmo que olhar no buraco da fechadura de um WC?”
- “Indignação é coisa de ego, ou é vontade de mudança?” – “É diferente de revolta?”
- “Eu tenho coragem de falar o que observo como prejudicial aos trabalhos espirituais onde frequento? Meu local aceita questionamentos?”
- “Qual máscara eu ainda uso? Quais, já consigo ir tirando?”
- “Você tem liberdade de questionar o que não concorda, ou expor seu ponto de vista? – Ou é julgado como desrespeitoso ou arrogante?”-“Eu procuro aprender, ou impor meu modo?”
- “Eu evoluo ao vestir-me de branco, colocar a máscara da angelitude por algumas horas e o resto da semana ficar revoltado com as contrariedades, alfinetadas, zombarias, … Até onde é melindre do ego ou observação consciente de desrespeito?”
…”Se algo de melhor podemos fazer em uma escola na qual ainda temos tanto a aprender, é ter muita tolerância e perdão uns com os outros, estendendo sempre a nossa compaixão diante dos tropeços uns dos outros”… [Wanderley Oliveira]
Esperança, é meu desejo para todos nós, lírios, ainda com pés sujos de lama!
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[1] O Espírito Manoel Philomeno de Miranda, no Livro “Tormentos da Obsessão”, nos traz detalhes, sobre o Hospital Esperança, localizado no Plano Espiritual. Erguido, graças aos esforços e sacrifícios do Espírito Eurípedes Barsanulfo, entre a década de 1930 a 1940. Leia mais em: https://www.kardecriopreto.com.br/hospital-esperanca-no-mundo-espiritual/
[2] Livro “Lírios de Esperança” de Wanderley Oliveira, pelo espírito Ermance Dufaux – Ed. Dufaux- MG [2012 – 2ª edição]. Disponível em: http://bvespirita.com/Lirios%20de%20Esperanca%20(psicografia%20Wanderley%20S.%20de%20Oliveira%20-%20espirito%20Ermance%20Dufaux).pdf
[3] Coloque data em sua folha de respostas e guarde-a. Daqui um tempo, ou quando se sentir frustrado ou desanimado, releia e refaça a autoavaliação do seu progresso interior, e não das metas exteriores ou números de assistidos. Você pode surpreender-se…
[4] Para conhecer um pouco da vida de Eurípedes Barsanulfo, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=6dwTXWg2DZE&t=1058s