Fantasmas rondam, morcegos sobrevoam nossas cabeças e às vezes fazem ninhos em nossas mentes. Como aves de rapina, sugam nossas energias e deixam seus dejetos grudados em nós…
Com o Foco na Luz
Não podemos impedir que eles nos rondem ou sobrevoem, mas podemos impedir que criem ninhos em nossas cabeças.
“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam”. (Salmos 23:4)
Se temos a convicção de que o “Bem” vence o “Mal”, e que o “Bem” é maior; o suposto “Mal” não assusta. E isto se chama “FÉ”.
É uma questão de treino mental diário, diminuir os fantasmas que nos rondam. Desviar o olhar, com foco na Luz, beleza, natureza, música e alegria. Isto, não os afastará, mas impedirá seus ninhos e crias.
Eu ainda não me livrei deles… São bastante persistentes e, muitas vezes, fico cansada de tanto barulho mental e do bombardeio de idéias. Haja banho de sal, pétalas de rosas e musculação emocional, para harmonizar minhas energias e tranquilizar as minhas águas…
O Vale das próprias sombras
Ainda temo andar pelo vale das minhas sombras, com minhas criações fantasmagóricas e ter que abraça-las e inclui-las. Da mesma maneira, não é fácil encarar sem medo aqueles que nos prejudicam. Mesmo sabendo que eles são apenas espíritos que se transfiguram em personagens assustadores, como os magos negros ou dragões, são dignos de compaixão pois, como nós já amaram, formaram famílias, fizeram boas obras e por um grande trauma em alguma de suas inúmeras vidas, se revoltaram contra o bem.
Penso, que podemos ter sido a causa do trauma deles e eles não aprenderam a perdoar, ainda. Plasmam formas assustadoras para compensar sua fragilidade e insegurança. Assim, nos resta perdoa-los, compreende-los, e seguir com paciência, mantendo atitudes firmes no Bem e a mente com foco na Luz, para não sucumbirmos às idéias que eles nos projetam, até que juntos melhoremos e nos libertemos uns dos outros.
Buscar apoio em trabalhos espirituais de apometria ou desobsessão, quando nos sentimos enfraquecidos, pode ajudar o lado de cá e o de lá a seguir mais leve, até que ocorra a libertação definitiva . Muitas vezes, estes espíritos não conseguem ouvir uma argumentação, pois estão enfurecidos e sem lucidez. Então, podemos ser bons, mas precisamos da firmeza moral, adquirida na conduta equilibrada e na pureza de sentimentos para libertar-nos, e não de palavras vazias.
Sem firmeza, somos facilmente manipulados pelos fantasmas de mortos e pelas próprias sombras, que geramos por nossa ignorância. Nem tudo vem de obsessor, a maioria das sombras são nossas e colocamos a culpa nele. Por isso, foco na luz!
Um antigo conto indiano
“ … um monge atravessaria uma floresta para viajar, quando seus discípulos o alertaram: -Mestre, a floresta é guardada por uma cobra muito venenosa! Ninguém conseguiu sair vivo de lá! … – Porém, o monge decidido partiu, assim mesmo… Ao encontrar com a cobra, pronta para dar o bote, encarou-a com firmeza e sua energia amorosa a envolveu… A serpente aquietou-se e após ouvir os ensinamentos do Mestre, nunca mais atacou ninguém… Passado algum tempo, os moradores da cidade perceberam que a cobra estava mansa e a espezinhavam e maltratavam… Quando o monge retornou da viagem e a viu muito machucada, perguntou o que havia acontecido. – A cobra explicou que havia seguido seus conselhos. Então, o Mestre retrucou: – Eu disse para você não atacar ninguém, mas não disse que não podia se defender e mostrar os dentes”…
A firmeza é necessária e válida, para evitar a manipulação e ataques obsessores de mortos e de vivos. Os nossos pensamentos buscam os seus iguais, onde quer que sejam enviados pela nossa vontade; é o “Batei e abrir-se-vos-á”, é o “Buscai e achareis”. … O pensamento acha e nossas ações também! -Por isso, pureza mental e foco na Luz!
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Para aprofundar os estudos:
Click aqui: Pergunta 0473 do Livro dos Espíritos de Alan Kardec
A mesma pergunta comentada você pode baixar em:
Livro Filosofia Espírita – Volume X – CAP. 14 – POSSESSÃO
Médium João Nunes Maia – pelo Espírito Miramez – (pg. 33, 34)