Como fazer diferente?
Como acertar?
Como prosperar?
Como ser feliz?
Só saberemos tentando…
Se já tentamos e não deu certo, tentaremos de um novo modo, pra ver no que dá. Porém, de um modo diferente, continuando a nós mesmos em cada experiência…
Dentre as tentativas malsucedidas e de outras nem tanto, é que extrairemos o material necessário para nos avaliar e fazer com mais segurança.
Mas, para avaliar é preciso parar! – Parar para nos conhecer.
1-Como?
Observando nossa intenção, exercitamos a presença nas atitudes do dia-a-dia.
Requer disciplina para observar a intenção das próprias ações. Esta observação nos leva a treinar a “Presença no Agora”, com meditação* ativa e/ou passiva.
Alguns chamam isto de meditação, outros de concentração ou até de oração.
Uns reveem o dia em retrospectiva do fim para o início.
Outros caminham em silencio na meditação ativa.
Há aqueles que sentam em lótus com aromas de incenso e alguns preferem os templos…
Seja qual for sua preferência, o importante é observar a si memo. Conhecer os próprios limites, mas principalmente os potenciais e as intenções das escolhas, em cada atitude.
– Consigo sobrecarregar-me com um milhão de tarefas? – O que se assimila após um dia com mil afazeres?
– Conseguimos prestar atenção ao nosso sentimento enquanto agimos? – Ou, nem recordamos o que ingerimos no café da manhã? -Quem dirá o que sentimos?
A tão falada “presença” tornou-se ausência de Si! – Estamos ainda, bem longe de casa…
-Presença com quem? – Com o nosso sentir.
-Para que sentir?
– Sentir para escolher com mais confiança. – Aquilo que já sentimos e gostamos, temos a certeza de que é bom para nós. O que sentimos desagradável, duvidoso, tendemos evitar ou ter cautela. Nossas escolhas são mais adequadas ao nosso perfil, quando já conhecemos o caminho. E quanto mais prazerosas as escolhas, mais felizes seremos.
O verdadeiro prazer que nos leva a felicidade é único, individual, intransferível e diferente para cada pessoa.
Nos conhecendo, optaremos por tarefas que nos tragam realização; “Realiz-ação (ação -Real) da Luz”, para a felicidade e prosperidade.
Pré-ocupados com nosso “pro-pósito” existencial [do latim = pro (à frente)+ ponere (colocarei ou declaro algo no futuro], que pretendemos realizar no futuro para sermos felizes, esquecemos de estar exercendo a nossa “Realiz-ação” no presente. E, é no “agora” que a nossa Luz nos move em direção ao nosso propósito. Quando manifestamos a Luz, nos sentimos realizados e felizes.
É a boa intenção que nos leva a fazer escolhas verdadeiras; que unem, cooperam, colaboram, constroem, incentivam, acrescentam o bem, valorizam, multiplicam a concórdia, o entendimento, a gentileza… Sabemos muito bem das nossas intenções! – E não me venha dizer que não sabe!
A intenção é que nos ensina a sentir. Buscar reconhece-la como o ar que respiramos, até conseguir reconhecer o sentimento envolvido em cada ação.
2- Como?
Com coragem de se ver e continuar, assumindo a mudança interna com responsabilidade
A subida da montanha de SI mesmo é para fortes. Fazer a faxina que tem que ser feita em si, com maturidade, requer esforço e coragem para andar por caminhos desconhecidos. Evitar desculpas para continuar andando por onde é cômodo e não agrega mais nada de novo, ou ainda culpando os outros ou a si mesmo, pelas próprias inquietudes que gerou.
Por vezes, achamos a subida íngreme e penosa. Mas, se olharmos atentos percebemos sombra, água fresca e Luz ao redor, amenizando a jornada. O importante é continuar e continuar.
Mesmo quando a impressão é de estar rolando montanha abaixo e retrocedendo, ainda assim, prosseguir sabendo que perdas ou retrocessos não existem. Tudo é experiência que acrescenta Luz-cidez a jornada e força para prosseguir com mais firmeza. Tudo se integra!
3- Como?
Humildade é a verdadeira força!
A simplicidade em aceitar a própria falibilidade e o que rejeita em SI, sem culpa-se ou envergonhar-se. É esta aceitação que nos fará fortes para remover os entulhos que tornam pesado o caminho! Sem o peso inútil da culpa, a caminhada fica mais leve. Esta é a verdadeira humildade!
Se formos capazes de observar a intenção de cada uma das nossas ações, por um período curto de tempo, treinamos a presença no “aqui-agora” e vamos desenvolvendo a habilidade de sentir. E os hábitos vão mudando lentamente, como num passe de mágica.
Podemos nos perguntar:- Por que estou agindo assim? – Por que faço assim? – Há modos melhores? – Igualmente nos relacionamentos com qualquer pessoa, posso me perguntar: -Por que falo deste modo? – Por que deixo de falar? – Por que aceito isso? – Por quais razões me irrito? – Qual o meu ganho nesta escolha? – É fuga? – É apego? – É acomodação? -É medo? – É tudo isso? – O que posso fazer para mudar?…
Por exemplo, se durante o café da manhã proponho-me a fazer o “treino de presença” por 15 minutos, marco o tempo no relógio e começo a meditação ativa:
Passo para a posição de observador afastando-me da cena, e o filme se passa em câmera lenta sob meus olhos:- Esquento o pão na torradeira, passo requeijão, dou uma mordida e saboreio a crocancia do pão torradinho e me delicio com o aroma. – Parece-me que nunca havia ingerido um pão com requeijão antes…
Observo o marido esquentar o pão e entrega-lo ao filho. Penso:- por que ele está esquentando o pão para o filho de 14 anos de idade? … E minha “presença em MIM mesma” foi embora ao me ligar na ação do outro.
Termino o café apressada sem presença alguma.
À noite, durante as práticas da meditação diária, parece que o subconsciente expõe o que não lhe cai bem durante o dia. Cospe fora o que lhe é indigesto e o que foi difícil aceitar em qualquer circunstância. Estes fatos podem chegar também por meio dos sonhos. (São as formas pensamento que orbitam em nossa aura). E, foi na prática da meditação daquela noite, que emergiu a lembrança da cena do café da manhã:
-Então, revi os detalhes. Senti novamente o aroma do pão quentinho, ouvi os ecos das conversas, e percebi o momento em que perdi a presença da consciência em mim.
Parece que o inconsciente traz a linguagem da alma. – Traz as perguntas e também as respostas!
– Por que perdi a presença? – Esta foi a pergunta trazida.
A chave estava ali! – Fiquei irritada com o marido, por ele fazer coisas que o filho já sabia fazer. – O desconforto cessou na hora. Armazenei defesas de paciência, com muita oração, para que na manhã seguinte pudesse ter uma conversa amistosa com o meu marido, que parece não compreender a gravidade de mutilar a responsabilidade de um jovem, fazendo por ele o que lhe cabe e já é capaz!
Pasmem, a conversa correu no clima de brincadeira e bom humor.
Como é bom viver só com as sombras que nos pertencem! A vida fica leve…
Ao contrário, quando nos incomodamos com o que os outros nos fazem, somamos as sombras deles com as nossas e tudo fica nublado e pesado.
Se conseguíssemos viver a presença com nosso sentir, no agora, sem nos incomodar com sombras alheias, jamais agrediríamos as pessoas. O preço disso é receber o pior do outro, tornando nossa vida pesada e vazia de SI.
Nestes dias em que a presença se torna ausência, o barulho mental das linhas cruzadas nubla nossos pensamentos e o que era para ser uma conversa, torna-se uma disputa sem chegar a um entendimento. Melhor seria desligar o telefone e adiar a conversa…
Porém, são os confrontos do dia-a-dia que nos fazem crescer, nos ensinando “COMO” fazer diferente, para escolhas mais felizes e convivências harmoniosas. A leveza chega mais rápido, se tivermos a disciplina de continuar e continuar o compromisso de auto amor, pela busca dos 3 “COMOs” em “SI”:
1º Disciplina de observar a própria intenção nas ações, treinando a Presença no agora, com meditação*.
2º Coragem de se ver e continuar. Assumir a MUDANÇA interior, com responsabilidade e determinação.
3º Humildade verdadeira em aceitar a própria falibilidade e o que vê em SI sem culpa…
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*Meditação pode ser ativa e/ou passiva. Nos próximos posts, trarei algo mais sobre meditação.
Click e ouça a canção, enquanto observa como é o seu “como?“