Um mestre e amigo me ensinou*¹: – “Visualiza a Luz Violeta no lado direito do coração e medita no mantra: – O Todo está em Tudo”…
É assim que estou aprendendo uma forma mais leve de viajar.
As cobranças vão diminuindo dando lugar a momentos de paz e quietude mental!
A cabeça diz: “eu não tenho que nada”, “eu não devo nada”…
Mas, o ego ordena: “precisa fazer!” – “precisa ajudar” – “precisa retribuir à mãe terra”- “não dará tempo”…
E junto com o ego, mais uma avalanche de cobranças externas além de intrometidos querendo impor algum tipo de comportamento na MINHA vida, que faça sentido na vida DELES.
E foi assim que desisti de dar ouvidos ao mundo!
E foi assim que desisti de cobrar de mim mesmo! … E desisti de ficar devendo para mim mesma.
Houve épocas em que não havia mais completude… Só faltas…
Nada era suficiente. … Precisava mais e mais…
As cobranças começaram a aparecer de todos os lados, como forma de obsessão de vivos, invejosos e mortos vingativos. E de mim mesma, claro!
Bastou querer satisfazer um e já aparecia outro pedindo uma maneira diferente de agir… Nada era suficiente.
Um dia gritei meu grito de libertação: – “Fora todo mundo”! -Refiro-me a minha própria cabeça.
-Chega de cobranças! – Disse para mim.
-Eu não tenho que nada! – Eu não devo nada a ninguém! – A não ser o respeito, gentileza e delicadezas necessárias à boa convivência humana.
Um amigo Xamã me ajudou nesse processo e me ensinou os 3 “nãos”: – “Quando ponderar e fizer uma escolha pensada, que não agrade outro:- “Não se explique; não se justifique e não se desculpe”. As escolhas são sagradas, particulares e ninguém tem o direito de impor o seu modo como o certo. Ouvir um conselho é diferente de submeter-se a ele. A escolha de quem ouvir também é nossa.
Meditando no “Todo que está em tudo” estou descobrindo que:
1- A opinião do outro passou a ter menos importância em minha vida. No instante em que me “senti” parte do Todo e que Ele está em tudo, percebi que está também no outro… Ficou mais fácil perdoar o desrespeito, as cobranças e intromissões. Já não me ferem tanto, pois compreendo que é só uma criança aprendendo a andar como eu.
2- Quando “senti” o amor do Todo, e percebi que permeava todos os que estão a minha volta, deixei de querer competir, de imitar, de querer o que o outro tem, de rebaixar o outro para me sentir mais. E finalmente, passei a gostar de ser eu mesma. Pois, o Todo que está em MIM!
3- Deixando ir a carência de manter-me pelas aparências, também chamada de vaidade, todo o peso se vai. Cessa o barulho e começa o silenciar da mente. Não há mais respostas para dar. Não há nada que deveria ser dito. Não há mais busca desenfreada para ser, fazer ou ter como os outros. Cessa a competição. Passamos a ser mais parecidos com nós mesmos… Só nós, e os outros fora de nós! Na gentileza e no carinho de nos bastarmos e nos amarmos. Sem a presunção de ajudar ninguém, enquanto nem sabemos cuidar de nós mesmos.
4- “A subida da montanha é íngreme e é para fortes!” – Assim me disse o Xamã querido!… E esta força não brota de um dia para o outro. Como o halterofilista que treina muitos anos para ir aumentando os pesos que levanta, passamos muitas vidas treinando para ir diminuindo o peso desnecessário que carregamos. Pois, para a subida é preciso estar mais leve. Requer coragem para deixar muitas coisas para trás…
5- A vaidade de querer ser, ter ou fazer como o outro, me leva para perto do “outro”, mas para “longe de mim”.
6- Aceitar meu modo diferente de ser é sinônimo de Perdão e Auto Amor. Perdoar-me por saber que escorreguei e ainda escorregarei, por que ainda estou aprendendo a caminhar. E ninguém pune um bebê por não saber andar. Auto amor, em acolher-me e educar-me, como uma mãe carinhosa acolhe e educa seu filho.
7- Posso viajar sem medo, pois estou nos braços do Todo. -Sei que não tenho que provar nada a ninguém. O Todo, Mãe e Pai, já acredita em mim. Acolhe-me, como a toda família cósmica, carinhosamente. Ele acredita em mim e conhece meus limites. Não é preciso fazer mais e mais. Não é preciso provar nada, nem tentar ser mais do que se é. Apenas uma criança cósmica.
8 – Tenho mais paciência com minhas tolices, e continuo na busca de conhecer-me. Não desisto de conhecer meus limites, desejos e necessidades, nas experiências de cada dia, pois:
– Conhecer meus limites é para não querer ir além do próprio passo. Não é seguro e posso tropeçar ou adoecer. Quando estou dentro dos meus limites, a ansiedade acaba.
– Conhecer-me para saber priorizar e suprir minhas necessidades.
– Conhecer-me para distinguir o “que quero” daquilo “que necessito” a cada escolha.
– Conhecer o meu querer, pois ele me afasta daquilo que é necessidade real do espírito.
– Conhecer-me para saber olhar os lírios do campo…
9- Não há nada a provar para o mundo. O Todo acredita em mim! – Ele assim me criou.
10- Quem manda em mim sou EU! Eu no Todo continuo… Não há mais medo ou ansiedade ao projetar-me para o futuro. Não há lamentação ou culpa ao visitar o passado. O Todo sempre esteve lá e estará amanhã. Foi Ele quem me trouxe até aqui! Ele é o hoje e o sempre. O Todo está em mim, agora e sempre!
Ai, saio da meditação e os medos retornam. Mas a cada vez, menores…
Sempre haverá tempo para nos portar com a nobreza e dignidade d’Aquele a quem queremos representar.
A prática*¹ desta meditação você pode ver aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=I6vwXTTIp4I&feature=youtu.be…