Futuro do Pretérito

                               “…Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja  alcançado;                                   mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que                                    atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim,                                      prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”

 Filipenses 3:1-21

Você já observou a contradição neste nome estranho de conjugação verbal?

Ao percorrer as estradas da vida, o motorista olha para frente ou para o retrovisor e se esquece de olhar para dentro de si. Enquanto dirige, não está no reflexo do que passou e nem no local que chegará no futuro. Está na posição do meio; no banco do motorista.

E quem dirige está no PRESENTE do INDICATIVO.

O dicionário explica que os tempos verbais indicam o momento em que ocorre uma ação.

Qual o tempo em que uma ação ocorre, quando estamos no FUTURO do PRETÉRITO?

-Nem lá, nem cá. – Nem no ontem, nem no amanhã.

Algumas gramáticas afirmam que este tempo verbal veicula a ideia de um modo condicional, ou de uma hipótese. E é este ponto em questão.

-Já que estamos falando de uma hipótese ou de uma condição não concreta ou de algo ilusório e não real, para que nos enganarmos? Ou tentar enganar os outros, com falsa delicadeza?

Por exemplo: Passamos um e-mail solicitando um orçamento e escrevemos:- por favor,      “gostaria’ de um orçamento… – Por que dizer que “gostaria”, para aquilo que você realmente quer e o quanto antes? Então, diga logo: – “Por favor, solicito um orçamento.” O verbo “solicitar” está no mesmo tempo em que você se encontra. Ou seja, no PRESENTE!

Outro exemplo comum para pedir um favor é: – Você “poderia” fazer…? – Se você quer o favor ou que sua ordem seja cumprida e o serviço executado, vá direto ao ponto e diga: “Por favor, você pode fazer…?” Você está trazendo o verbo para “hoje”, que é o seu PRESENTE!

Isto é ser ASSERTIVO! Sem rodeios, sem hipóteses de contradição e sem desculpas esfarrapadas.

Eu gostaria, eu faria, eu poderia, eu andaria, eu emagreceria, eu pararia, são todos meios de dizer:- “talvez eu faça, mas é mais provável que não.” Então, para que se enganar e enganar os outros? Isto se chama “sofisma”, um modo educado de enganar as pessoas e a si mesmo.

Decida-se se vai fazer ou não e exercite sua escolha com responsabilidade. Assumir as consequências da sua escolha é ser responsável, desenvolve a coragem e autoconfiança, além de enfrentar o medo. Tome sua posição e seja verdadeiro, no único momento em que você está por inteiro: – o PRESENTE!

Deixe o Futuro do Pretérito para os discursos políticos.

Você que está tentando estabelecer melhores relações consigo e com as demais pessoas e já compreende que pode e deve ser verdadeiro, experimente exercitar os verbos no PRESENTE.

Futuro do Pretérito, não é passado nem futuro, é autojustificativa, condescendência, desculpa, menos sinceridade. Escorrega mais que sabonete… Não assume uma posição e fica sempre “em cima do muro”… Uma pessoa vai à padaria e diz:

– Por favor, eu “queria” um pãozinho. – E o padeiro pergunta:- “Queria”?…Não quer mais?…

Mas, de todos os verbos conjugados neste abominável tempo, o pior deles é o “deveria”. Este verbo “deveria” ser banido do vocabulário!”… Ops!!! escrevi “deveria” ??? – Corrigindo rápido e para o tempo de HOJE  fica  assim:- “Este verbo “deve” ser banido do vocabulário!”

Por que ninguém deve nada para ninguém, muito menos para si mesmo (a não ser dinheiro). Mas, me refiro a dever desculpas, explicações, satisfações ou outros rodeios. Se você fez algo de que se arrepende e quer pedir perdão,  peça HOJE! Mas, não se cobre no futuro que te aprisiona no passado. Se a pessoa morreu e não deu tempo de ficar de bem com ela, paciência. Fica a experiência para não repetir. Vira um gato escaldado e passa a honrar os que estão a sua volta.

Outro aspecto enganoso deste verbo é o da auto cobrança. É impossível cobrar-se de algo que já se foi. Se não deu para fazer antes, faça no ÚNICO MOMENTO REAL que você tem: – O PRESENTE! E não invente desculpas para evitar fazer algo de que gosta dizendo: -eu “teria” feito se… ou eu “deveria” ter dito …

E finalmente, se o nosso “Bem Maior” é o exercício da liberdade de escolha, como exercita-la sem nos conhecer ou nem saber do que gostamos e necessitamos?

Ao perder nosso tempo com cobranças de um passado que não volta, ou criando condições irreais para não agir, com medo das ameaças ilusórias do futuro, ficaremos estacionados, RE-sentindo ou temendo algo. Perdendo a oportunidade de nos conhecer na experiência.

Só é possível escolher e agir no momento PRESENTE! É diferente de planejar.

É com o verbo que criamos e nos relacionamos. Verbo indica ação… E “O verbo se fez carne” no presente do indicativo (Ele fez).

Sendo assim, já que é por meio de um verbo que se determina uma escolha e uma ação, vamos exercitar nosso verbo no PRESENTE.

Aproveite seu PRESENTE!  

                                            No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus…e o Verbo se fez carne
João 1:1-14

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *