Será?
Foi este post que li com muitos aplausos e “likes” em uma página de propaganda de alguma clínica de psicologia.
Fiquei pensando em quanta contradição há nestes posts que são transmitidos como verdade absoluta para pessoas tão diferentes entre si. E, como se a suposta verdade servisse para todos.
Vindo de psicólogos, o fato se torna ainda mais lamentável. Mas, deixemos este fato para que eles se resolvam…
A primeira parte do post traz uma contradição que está sutilmente incutida na mensagem. A frase afirma, implicitamente, que deveríamos dar conta da própria família. Pergunto:
-Família é pra “dar conta”? – Temos que dar conta dos outros?
Já se sabe que quanto mais próximas são as pessoas e maiores os laços de afeto, mais doloridas se tornam as desavenças. Creio que podemos contar nos dedos, famílias que tenham relacionamentos 100% saudáveis entre seus membros. (Eu não conheço nenhuma)
Acho que essa é a grande função mágica da família! Aprender a nos relacionar amorosamente, mantendo nossa integridade. Pois, se não conseguimos manter a paz interna, convivendo com familiares, como pretender ver a paz no mundo. É bem mais fácil ter paz com estranhos, mas não há afeto. Em geral, há interesses ou até cordialidade.
Ou seja, querer manter a paz interior, não é o mesmo que “dar conta” dos familiares. Tão pouco, querer ver a paz no mundo é dar conta do mundo.
Ninguém dá conta de ninguém! E, já é difícil “dar conta” de si mesmo.
Querer “dar conta do mundo”, como menciona o post, é de fato presunção. Mas, também é loucura achar que se pode dar conta de alguém.
Qualquer terapeuta ético, diz a seu paciente que é apenas um facilitador que irá conduzi-lo para a autocura ou autotransformação. O que exigirá do consulente, esforço pessoal para conhecer-se e aceitar-se para transformar-se em veículo amoroso e são.
Pensar que está totalmente pronto, sem questões intra ou interpessoais a resolver, para fazer algo pelo outro, é a verdadeira presunção, ao achar que é possível estar pronto e acabado.
Todos temos algum ponto a melhorar! Apesar disso, nada nos impede de enquanto caminhamos na busca do auto amor, tentar facilitar a caminhada de alguém que nos solicita ajuda. Ou, nos candidatarmos a terapeutas.
Prestemos atenção em como podemos ser facilmente induzidos a aceitar meias verdades. Um post diz meias verdades. Questione sempre! Uma frase não é capaz de abarcar uma ideia em sua totalidade e dependerá sempre da sua interpretação pessoal.