O que é certo e errado?
Dizem que não existe certo ou errado. Mas, eu não entendo isto. Afinal, matar ou roubar é errado.
Sim, matar pode ser errado. Mas, e se for por legítima defesa e para salvar sua família? A coisa muda de figura, não é? – Embora eu continue achando errado mas, não sei qual seria minha reação se tivesse sendo ameaçada ou a minha família…
Penso que uma tática para entender esta questão, pode ser a de “relativizar as situações”, onde nada “É”, mas “tudo pode ser”…
O Certo de Nikola Tesla
Outro dia, assistia a um documentário sobre a vida de Tesla*¹, que dizia que o inventor foi muito ingênuo ao rasgar um contrato de venda de sua invenção. Para vê-la sobreviver, e na esperança de que a energia elétrica fosse distribuída gratuitamente para o mundo, doou sua ideia. Mas, se a tivesse vendido, ficaria milionário.
Este exemplo mostra, que o grande inventor se manteve fiel às próprias convicções e não deu ouvidos às recomendações e ataques da sociedade. Assim, é a firmeza dos heróis que vencem o mundo e a si mesmos.
– Ele estava certo ou errado?
… Em relação a que ponto de vista se poderá julga-lo?
Aconteceu na Casa de Everilda Batista – MG
O professor espiritualista, Carlos Zanandreis*², contou que, em uma reunião espiritual, perguntou ao mentor espiritual, onde ele poderia ser mais útil durante os trabalhos da noite.
– Na sua casa, e se você estiver satisfeito lá! – respondeu o mentor!
Mas, após o “banho de água fria”, o mentor completou:
– Aqui nas macas, nos passes, ou no atendimento ao público, o que importa é que se trabalhe com satisfação. Onde quer que você esteja, que seja grato pelo que faz e trabalhe sem reclamar e com satisfação.
O professor completou, afirmando bem-humorado, que até hoje, se o mentor está na direita ele sai pela esquerda, só para não tomar outro banho frio…
O Certo e o Errado de cada Um
Mas, o que deduzi destas histórias, é que o certo ou o errado estão no grau de satisfação e alegria que a tarefa nos proporciona, ao estar de acordo com a nossa consciência… Estão dentro de cada um. – Existe o “NOSSO” certo ou errado. O certo e o errado de cada um.
O desafio está em aceitar, ou não, a opinião do próprio ego, que nos engana. Especialmente, quando somos muito mentais e fazemos nossas escolhas pela lógica e o raciocínio.
– Como seria o caso do inventor, se acatasse a opinião pública de ficar rico e vender sua invenção?
– Isto o deixaria triste? – Seria errado, para ele?
-Mas, no momento em que doa a possibilidade de energia gratuita para o mundo, ele se realiza ao manter-se íntegro com sua consciência e abandona o ego passageiro das aquisições. Ele fez o que era certo, para ele.
Em busca do Meu Certo
Todos temos múltiplas personalidades: – A verdadeira, e a que nos apresentamos para a sociedade. Como no caso daquela que se dirige ao chefe de um modo, ou da outra que encontra a namorada.
Mas, nossa projeção emocional no comportamento alheio é diferente de uma análise fria de um fato, sem envolvimento emocional. Como é o fato de vermos a atitude de um assaltante, ou de alguém que destrói a natureza e julgamos como errado.
Por isso, as pessoas a nossa volta servem de espelho, para refletirem aquilo que não gostamos em nós e precisamos mudar. Assim como as críticas e os elogios, nos ajudam a fazer uma autoanálise de nossas habilidades positivas e negativas, nos ajudando a nos conhecer e melhorar as escolhas.
A busca do “Meu Certo” penso ser o equilíbrio, o caminho do meio, o nada em excesso. Aquele que vai chegando, quando deixamos de ser radicalmente críticos e vamos relativizando tudo.
Errado, é o que me tira a paz!
Aquilo que incomoda, está me mostrando o que devo trabalhar, para que deixe de me incomodar. Por isso, agradeço a oportunidade de aprender. Embora, ainda me irrite com o que considero injusto. Mas, se eu relativizar, tudo vai perdendo o peso do errado.
O “Certo de Cada UM” é o que traz satisfação a si e não incomoda ninguém. O que faz o bem a si e ao redor, no local e com as pessoas, onde estamos colocados.
O Livre Pensador incomoda
Mas, este é apenas meu modo de pensar. Não trago respostas ou soluções, nem para a minha vida, muito menos para alguém. Por isso, agradeço qualquer ideia que acrescente, e será sempre bem vinda. É apenas a minha opinião. Só isso.
Porém, quando alguém é convicto de sua opinião, (e isto não quer dizer que está fechado para outras ideias ou que não possa muda-las com o tempo) e se direciona pelo próprio centro, costuma incomodar. Pois, não se importa, nem teme a opinião alheia. E, por isto é avaliado como vaidoso ou orgulhoso, muitas vezes. Apenas, por manter-se fiel às próprias convicções e a liberdade de pensar, mesmo diante das tantas opiniões contrárias, que surgem no dia-a-dia.
A Beleza da Liberdade de Pensar
Deixo para reflexão, a proposta de Kardec*³ sobre a liberdade de pensar da Revista Espírita de fevereiro em 1867:
“ O livre-pensamento, na sua acepção mais ampla, significa: livre exame, liberdade de consciência, fé raciocinada; ele simboliza a emancipação intelectual, a independência moral, complemento da independência física; ele não quer mais escravos do pensamento do que escravos do corpo, por que o que caracteriza o livre pensador é que ele pensa por si mesmo e não pelos outros, em outras palavras, que sua opinião lhe pertence particularmente. Pode, pois, haver livres-pensadores em todas as opiniões e em todas as crenças. Neste sentido, o livre-pensamento eleva a dignidade do homem; dele faz um ser ativo, inteligente, em lugar de uma máquina de crer.”
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*¹ Documentario History Nikola Tesla pai da eletricidade Moderna Dublado Portugues x264
https://www.youtube.com/watch?v=n2W-foNTfQo
*² Carlos Zanandreis – Aula ministrada durante o Seminário de Magnetismo, na Casa de Everilda Batista de Robson Pinheiro, MG – em 2016. Disponível no curso de Mediunidade do Colegiado dos Guardiões da Humanidade.
https://curso.guardioesdahumanidade.org/aulas/5c3c7d503012b6131d3e272f
*3 Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos – ANO X, FEVEREIRO DE 1867 – No 2 – pg 57 – Livre-Pensamento e Livre-Consciência
https://www.febnet.org.br/ba/file/Downlivros/revistaespirita/Revista1867.pdf