E por que não escrever?
É preciso um motivo?
Se escrevo sobre o que já existe ou que aprendi de alguém, reedito com meu toque…
Somos todos buscadores. A vida humana é uma busca. Na juventude buscamos o que nos dá prazer, modos de sobrevivência e segurança. Já, na terceira idade, cansados com a impermanência das coisas, buscamos integrar nossas vivências em uma realidade permanente, em uma Lei imutável. Acho até que poderíamos agir ao contrário…
Porém, na escalada da montanha da verdade interior, só posso descrever os trajetos que percorri sob o ângulo que minha visão pode alcançar. E mesmo que uma expedição suba a mesma montanha juntos, cada um terá um relato diferente, do ponto de vista que mais lhe prendeu a atenção.
Se me incomodar com o que possam pensar, me perco de mim.
Se críticas ou ofensas chegam, me ajudam reavaliar ideias, e agradeço pelo que me foi útil.
Se elogios, tomo cuidado com minha vaidade e agradeço também.
Se agradecer é o principal motivo, isto me basta.
Mas, existem outros bons motivos:
– A primeira pessoa quem lê sou eu mesma!
E, ao fazer reflexões sobre o que ouvi, percorri e li, reforço meu entendimento.
Mas, só aprendo com as vivências diárias, as quais nem sempre dou a devida atenção.
As experiências de cada dia são as melhores mestras e nem é preciso saber ler ou escrever para aprender com elas.
Se aceito o aqui-agora, o dia segue leve e continua com tranquilidade.
E eu ainda tropeço. Às vezes escorrego, mas levanto! Continuo…
Outras vezes, aceito e voo…
Doces sonhos eu escrevo e agradeço!
Sou grata a todos os Mestres que com suas pegadas escreveram nas pautas da vida. Aos meus ancestrais, aos que fizeram e fazem parte da minha vida, a tantos amigos que nem sei quem são, mas pacientemente torcem por mim e incansáveis repetem e repetem, na esperança que eu tenha ouvidos de ouvir…
E quando ouço, eu escrevo…
Escrevo para ouvir, para falar, para enxergar, para clarear e agradecer.
Escrevo para mim e para quem mais quiser ler ou escrever também.
Eu brinco com palavras e o brincar me faz mais leve…
E pela leveza, eu agradeço ao Divino Escritor da vida.
O que assim é, assim permanece!