Cada um trabalha como, onde e por que quer.
O que importa é conhecer a própria intenção.
– Por que você faz o que faz?
– Para sentir-se útil.
– Mas, você pode ser útil mesmo remunerado pelo trabalho.
– Por que quer ajudar de graça? – Quando você recebe salário já ajuda o local, as pessoas onde trabalha e o seu entorno.
– O que vão dizer se eu não fizer?
– O que importa para você: a opinião “dozotro” ou a SUA?
– Ah, mas a pessoa não vai mais falar comigo!
– E você é tão carente, que não vai achar outra pessoa com quem falar. – Alguém que não espere algo de você? – Você precisa falar com quem te manipula?
– E o marido, a esposa, o pai, a mãe e a sogra…? Não dá pra contrariar, nem deixar de fazer!
-Responsabilidade familiar é obrigação! Mas agradar para ser aceito(a) é carência, medo e insegurança.
– Filhos, não tem como…
– De fato somos totalmente dependentes quando PEQUENOS. Mas, continuar fazendo o que já são capazes e compete a eles é mima-los ou desculpa de mãe apegada, que não quer buscar outra ocupação. E ainda, dependência ou expectativa de que lhe retribuam e cuidem na velhice.
Qualquer um dos casos irá pesar e gerar mal-estar na hora da cobrança da retribuição que não chega… Ingratidão do outro ou ilusão sua?
– Você ajuda aos pobres e instituições para sentir-se valorizado? – Ou será que é para fazer caridade e ganhar o reino dos céus? – Será que é para dar exemplo de bondade e nobreza de caráter nas armadilhas da vaidade?
– Para qualquer das três opções anteriores, saiba que você pode fazer caridade, ser bom, honesto, trabalhador, ganhar o reino dos céus, ajudar os pobres e desvalidos, e fazer caridade arrumando um emprego e dedicando-se a ele. Vencendo as dificuldades do dia-a-dia, tolerando o chefe rabugento, sendo bom com os colegas, dando exemplo de honestidade, fazendo caridade com a prosperidade gerada, que multiplica pães aos que estão a sua volta, gerando mais empregos e uma sociedade mais saudável.
Ah!… Mas é enfadonho ter que levantar cedo todo dia! – Neste caso, ou você é preguiçoso ou tem medo, insegurança e falta de confiança em si, para assumir um compromisso. Prefere ficar na folga e boicota-se trabalhando de graça, criando desculpas pra fugir de um compromisso mais sério?
– Meu chefe é insuportável. Ninguém aguenta! O ambiente é péssimo, os colegas boicotam… (blá-blá)
– A lista das suas reclamações vai embora? – Pois saiba que para todas as reclamações a resposta é sempre a mesma: – preciso aprender a conviver e ser assertivo (a). – Dizer “não”, quando é preciso e não culpar outros pela própria inabilidade. – Pra fugir da chatice inventa a desculpa que tá trabalhando de graça?
Enfim, as desculpas podem ser muitas. Mas sejam quais forem, aqui estão algumas reflexões para que descubra o por quê ajuda aos outros ou trabalha de graça.
Mas eu não encontro emprego!
-De fato, a situação no país está difícil. Mas, como você se deixa afetar por isso? – Por que está sem emprego? – O que tem feito para arrumar algum trabalho provisório, mesmo que não seja um emprego fixo? – Como está se movendo na situação? – Se revolta e reclama ou procura crescer e inventar meios confiando em si mesmo (a).
Ser útil e trabalhar de graça, neste caso pode contribuir para fazer amizades, arrumar contatos, ideias, movimentar energias e ficar com a mente ativa criando possibilidades até encontrar uma solução remunerada.
A resposta tem que ser dada a si mesmo(a), para que não crie desculpas ou fuga de algo a ser corrigido em si mesmo. – Se ainda não tem a resposta, procure ajuda, converse com as pessoas a respeito.
No momento em que estiver pronto, o caminho se abrirá, a pessoa e o lugar certo surgirão.
Na velhice, o trabalho voluntário melhora a autoestima ao sentir-se útil e mantendo-se em companhia. Mas, se o trabalho for apenas distração para preencher o tempo, será auto enganação, pois não surtirá efeito de transformação. É preciso gostar do que se faz.
Existem muitos motivos que considero válidos para se trabalhar de graça. Especialmente na área da espiritualidade. No entanto, o intuito deste texto é apenas despertar questionamentos sobre o porquê trabalhar de graça ou fazer doações.
Mas, também é bom relembrar que no momento em que se doa algo (seja recurso material ou dedicação e trabalho), este algo deixa de ser seu. Passa a ser de quem recebe. E quem recebeu tem o DIREITO de fazer o que quiser com o que recebe, inclusive jogar fora ou não aceitar. Por isso, esteja bem consciente de não esperar nada em troca no seu doar-se.
Há mais formas de ser útil e ajudar pessoas de forma remunerada, do que trabalhando de graça ou submetendo-se a manipulações, criando expectativas, fazendo chantagem ou cobranças.
Não deixe que o peso da cobrança ou da crítica diminuam ou estagne você, quando doar algo. – Vá além! – Continue sempre! – Reinvente-se, crie e prossiga confiante!
Muitos condenam a “caridade gratuita” afirmando que esta atitude perpetua a indolência, acomoda quem recebe, é forma de dominação social ou baixa autoestima daquele que se dá, prejudicando a autorrealização e sua prosperidade.
Então, como e quando empregar a frase de Francisco de Assis: “É dando que se recebe”? – Qual é o caminho do meio entre egoísmo e solidariedade? – Entre omissão e colaboração? – Entre participação e alienação?
– Já passou fome? – Já ficou impossibilitado de locomover-se? – Como é precisar de ajuda?
– Sou útil e independente onde estou? – Ou só reclamo?
– Tenho a presunção de salvar o mundo, pra fugir do que me é apresentado pela Vida para resolver a mim mesmo(a)?
-Sou grato(a) por aprender com cada experiência?
Estas são perguntas que me faço todos os dias.
Boas reflexões!…
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