“…Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”…
Você já observou a contradição neste nome estranho de conjugação verbal?
Ao percorrer as estradas da vida, o motorista olha para frente ou para o retrovisor e se esquece de olhar para dentro de si. Enquanto dirige, não está no reflexo do que passou e nem no local que chegará no futuro. Está na posição do meio; no banco do motorista.
E quem dirige está no PRESENTE do INDICATIVO.
O dicionário explica que os tempos verbais indicam o momento em que ocorre uma ação.
Qual o tempo em que uma ação ocorre, quando estamos no FUTURO do PRETÉRITO?
-Nem lá, nem cá. – Nem no ontem, nem no amanhã.
Algumas gramáticas afirmam que este tempo verbal veicula a ideia de um modo condicional, ou de uma hipótese. E é este ponto em questão.
-Já que estamos falando de uma hipótese ou de uma condição não concreta ou de algo ilusório e não real, para que nos enganarmos? Ou tentar enganar os outros, com falsa delicadeza?
Por exemplo: Passamos um e-mail solicitando um orçamento e escrevemos:- por favor, “gostaria’ de um orçamento… – Por que dizer que “gostaria”, para aquilo que você realmente quer e o quanto antes? Então, diga logo: – “Por favor, solicito um orçamento.” O verbo “solicitar” está no mesmo tempo em que você se encontra. Ou seja, no PRESENTE!
Outro exemplo comum para pedir um favor é: – Você “poderia” fazer…? – Se você quer o favor ou que sua ordem seja cumprida e o serviço executado, vá direto ao ponto e diga: “Por favor, você pode fazer…?” Você está trazendo o verbo para “hoje”, que é o seu PRESENTE!
Isto é ser ASSERTIVO! Sem rodeios, sem hipóteses de contradição e sem desculpas esfarrapadas.
Eu gostaria, eu faria, eu poderia, eu andaria, eu emagreceria, eu pararia, são todos meios de dizer:- “talvez eu faça, mas é mais provável que não.” Então, para que se enganar e enganar os outros? Isto se chama “sofisma”, um modo educado de enganar as pessoas e a si mesmo.
Decida-se se vai fazer ou não e exercite sua escolha com responsabilidade. Assumir as consequências da sua escolha é ser responsável, desenvolve a coragem e autoconfiança, além de enfrentar o medo. Tome sua posição e seja verdadeiro, no único momento em que você está por inteiro: – o PRESENTE!
Deixe o Futuro do Pretérito para os discursos políticos.
Você que está tentando estabelecer melhores relações consigo e com as demais pessoas e já compreende que pode e deve ser verdadeiro, experimente exercitar os verbos no PRESENTE.
Futuro do Pretérito, não é passado nem futuro, é autojustificativa, condescendência, desculpa, menos sinceridade. Escorrega mais que sabonete… Não assume uma posição e fica sempre “em cima do muro”… Uma pessoa vai à padaria e diz:
– Por favor, eu “queria” um pãozinho. – E o padeiro pergunta:- “Queria”?…Não quer mais?…
Mas, de todos os verbos conjugados neste abominável tempo, o pior deles é o “deveria”. Este verbo “deveria” ser banido do vocabulário!”… Ops!!! escrevi “deveria” ??? – Corrigindo rápido e para o tempo de HOJE fica assim:- “Este verbo “deve” ser banido do vocabulário!”
Por que ninguém deve nada para ninguém, muito menos para si mesmo (a não ser dinheiro). Mas, me refiro a dever desculpas, explicações, satisfações ou outros rodeios. Se você fez algo de que se arrepende e quer pedir perdão, peça HOJE! Mas, não se cobre no futuro que te aprisiona no passado. Se a pessoa morreu e não deu tempo de ficar de bem com ela, paciência. Fica a experiência para não repetir. Vira um gato escaldado e passa a honrar os que estão a sua volta.
Outro aspecto enganoso deste verbo é o da auto cobrança. É impossível cobrar-se de algo que já se foi. Se não deu para fazer antes, faça no ÚNICO MOMENTO REAL que você tem: – O PRESENTE! E não invente desculpas para evitar fazer algo de que gosta dizendo: -eu “teria” feito se… ou eu “deveria” ter dito …
E finalmente, se o nosso “Bem Maior” é o exercício da liberdade de escolha, como exercita-la sem nos conhecer ou nem saber do que gostamos e necessitamos?
Ao perder nosso tempo com cobranças de um passado que não volta, ou criando condições irreais para não agir, com medo das ameaças ilusórias do futuro, ficaremos estacionados, RE-sentindo ou temendo algo. Perdendo a oportunidade de nos conhecer na experiência.
Só é possível escolher e agir no momento PRESENTE! É diferente de planejar.
É com o verbo que criamos e nos relacionamos. Verbo indica ação… E “O verbo se fez carne” no presente do indicativo (Ele fez).
Sendo assim, já que é por meio de um verbo que se determina uma escolha e uma ação, vamos exercitar nosso verbo no PRESENTE.
Aproveite seu PRESENTE!
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus…e o Verbo se fez carne
João 1:1-14