A prática de imposição de mãos para cura se perde no tempo. Há registros dela, em pergaminhos do Tibet, da China e da Índia, desde há 8 mil aC. Foi usada pelos grandes Mestres da humanidade, para curas físicas e espirituais.
O psiquiatra e psicanalista austríaco, Wilhelm Reich (1897-1957), foi o pioneiro dos estudos da psicossomática e a descrever a influencia das energias no corpo.
As experiências recentes do dr. Masaru Emoto (Japão,1943-2014), demonstram a influencia das energias do pensamento nas moléculas de água e de outras substâncias.
O jornalista paulista, filósofo, professor, poeta e escritor de 45 livros, tradutor das obras de Kardec, José Herculano Pires (1914-1979), em sua obra “Obsessão, o Passe e a Doutrinação” (cap.1-2; parte2), descreve a origem do passe como: …“simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus como se vê nos Evangelhos. Origina-se das práticas de cura do Cristianismo primitivo. Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus. Mas há um passado histórico que não podemos esquecer. Desde as origens da vida humana na terra encontramos os ritos de aplicação dos passes” (pg.22) .
O mesmo autor segue explicando, no cap.2, que:
… “O passe nasceu nas civilizações da selva como um elemento de magia selvagem, um rito das crenças primitivas. A agilidade das mãos em fazer e desfazer as coisas sugeria a existência, nelas, de poderes misteriosos, praticamente comprovados pelas ações cotidianas da fricção que acalmava a dor, da pressão dos dedos estancando o sangue ou expulsando um espinho ou o ferrão de uma vespa ou o veneno de uma cobra. Os poderes mágicos das mãos se confirmavam também nas imprecações aos deuses, que eram simplesmente os espíritos. As bênçãos e as maldições foram as primeiras manifestações típicas dos passes. O selvagem primitivo não teorizava, mas experimentava instintivamente e aprendia a fazer e desfazer com o poder das mãos. Os deuses o auxiliavam, socorriam, instruíam em suas manifestações mediúnicas naturais. A sensibilidade mediúnica aprimorava-se nas criaturas mais sensíveis e assim surgiram os pajés, os feiticeiros, os xamãs, os mágicos terapeutas, curadores”….(pg.24)
No capítulo 3, não posso deixar de citar ainda, o importante alerta aos que trabalham com a cura pela imposição de mãos, citado pelo autor:
…”Os médiuns vivem a vida terrena e estão condicionados na encarnação que merecem e de que necessitam. Nada sabem da natureza dos fluidos, da maneira apropriada e eficaz de aplicá-los, dos efeitos diversos que eles podem causar. Na verdade, o médium só tem uma percepção vaga, geralmente epidérmica dos fluidos. É simples atrevimento e, portanto charlatanismo, querer manipulá-los e distribuí-los a seu modo e a seu critério. As pessoas que acham que os passes ginásticos ou dados em grupos mediúnicos formados ao redor do paciente são passes fortes, assemelham-se às que acreditam mais na força da macumba, com seus apetrechos selvagens, do que no poder espiritual. As experiências espíritas sensatas e lógicas, em todo o mundo, desde os dias de Kardec até hoje, mostraram que mais vale uma prece silenciosa, às vezes na ausência e sem o conhecimento do paciente, do que todas as encenações e alardes de força dos ingênuos ou farofeiros que ignoram os princípios doutrinários”… (pg.26)
De toda esta magia e conhecimento ancestral, surgiram as religiões que batizaram a antiga prática da imposição de mãos, com diferentes nomes: No espiritismo, o “passe”, na igreja Messiânica utiliza-se a “canalização da Energia Divina” com o nome de “Johrei”. Na igreja Católica é utilizada para “exorcizar demônios”, dar a “benção”, ou “ordenar” novos missionários.
As técnicas variam entre si, mas o que vale é a “intenção compassiva e amorosa” de quem canaliza as “energias divinas” e seu estado de “equilíbrio vibracional”, “sua serenidade e harmonia interior”. Não há distância para a projeção das energias canalizadas. E, para quem quiser aprofundar o tema, vale a pena estudar os livros de Barbara Ann Brenman (Mãos de Luz; Cura pela Luz interior e Luz Emergente).
Do Budismo japonês originou-se a prática do Reiki. Canalizada pelo monge Mikao Usui (1865-Japão). Em março de 1922, após meditar 21 dias em jejum e orações, iluminou-se e contou que um forte estalo no seu cérebro o fez perder os sentidos. Quando despertou, via as imagens dos símbolos sagrados do Reiki, e a forma de ser transmitida para qualquer pessoa, mesmo aquelas que não tinham um treinamento de monge.
Atualmente, a terapia Reiki de imposição de mãos é reconhecida pela OMS – Organização Mundial de Saúde, para o tratamento da dor. O Brasil só reconheceu essa terapia em janeiro de 2007, classificando-a como Prática Integrativa de Saúde para alívio da dor, assim como a acupuntura e a fitoterapia.